
Condições fitossanitárias e climáticas devem fazer parte do checklist do produtor para a escolha das cultivares de soja
Especialista enfatiza a importância de uma análise cautelosa e visão estratégica para garantir melhores resultados no campo
22 de janeiro de 2025
Escolher a cultivar ideal é um dos passos mais importantes para garantir alta produtividade e rentabilidade na lavoura de soja. Além de fatores como resistência a herbicidas, doenças e pragas, é crucial considerar as condições do solo, o clima da região e o ciclo das plantas.
Gustavo Zimmer, consultor de desenvolvimento de produtos da TMG – Tropical Melhoramento & Genética, destaca que o desenvolvimento de biotecnologias associadas ao melhoramento genético trouxe aos produtores diversas opções. No entanto, ele enfatiza a importância de uma análise estratégica para escolher a cultivar mais adequada.
“No início, por exemplo, a introdução de cultivares de soja resistentes ao glifosato levou muitos produtores a priorizarem a facilidade de manejo reduzindo custos operacionais, mesmo que isso não garantisse a máxima produtividade. No entanto, com o tempo, o foco mudou e a produtividade se tornou o fator determinante na decisão de quais variedades utilizar”, diz.
Análise do manejo e sucessão de culturas
Ao optar por cultivares tolerantes ou resistentes a herbicidas, é essencial avaliar o impacto no manejo das culturas subsequentes. Por exemplo, cultivares resistentes a sulfunilúreias podem dificultar o controle de plantas voluntárias, como a soja emergindo na safra seguinte ao algodão. Esse cenário exige ajustes específicos no manejo para evitar problemas.
Solo e clima: fatores decisivos
A condição do solo e o clima influenciam diretamente o desempenho das cultivares. A safra 2023/2024, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), projeta uma produção de 147,6 milhões de toneladas de soja — uma queda de 4,5% em relação ao ciclo anterior. Esse declínio se deve, em parte, às enchentes no Rio Grande do Sul.
Regiões do Cerrado frequentemente enfrentam chuvas intensas durante a colheita. Nessas áreas, cultivares tolerantes às chuvas prolongadas podem reduzir perdas de grãos e descontos comerciais. Além disso, adaptar as cultivares ao tipo de solo — argiloso ou arenoso — é essencial para bons resultados.
“Em altitudes elevadas, cultivares mais resistentes ao acamamento podem ser preferíveis, enquanto em áreas de baixa altitude é importante escolher variedades menos suscetíveis a doenças como a macrofomina e tolerantes a temperaturas elevadas”
Ciclos das plantas e sucessão de culturas
Os ciclos das cultivares devem ser alinhados à rotação de culturas da região. Em locais onde a soja precede o algodão, variedades de ciclo curto permitem o plantio do algodão no momento ideal. Por outro lado, essas cultivares podem ser mais vulneráveis a estiagens.
“As variedades de ciclo mais curto são preferíveis em áreas onde há sucessão de culturas, como algodão, para garantir a melhor janela de plantio. Já as opções de ciclo médio visam lavouras que não irão receber o algodão e buscam teto produtivo enquanto as cultivares de ciclo mais longo tendem a se adaptar melhor a solos mais desafiadores, que ainda estão em processo de estruturação” diz
Resistência a doenças e pragas
Outro fator essencial é a resistência às principais ameaças da lavoura, como a ferrugem asiática e o nematoide de cisto (Heterodera glycines). Segundo Zimmer, poucas variedades possuem tolerância às raças predominantes no Cerrado brasileiro, o que torna a escolha da cultivar ainda mais crítica.
A importância do suporte técnico
Para garantir as melhores escolhas, Zimmer recomenda o suporte de um técnico com conhecimento das particularidades da propriedade. Essa parceria é essencial para adaptar as cultivares às condições específicas do ambiente e maximizar a produtividade.
Ao considerar todos esses fatores, o produtor pode tomar decisões mais assertivas e garantir o sucesso da safra de soja.
Sobre a TMG
A TMG – Tropical Melhoramento & Genética é uma empresa brasileira que oferece soluções genéticas para algodão, soja e milho. Com um banco de germoplasma premium e um portfólio de cultivares e híbridos que incorporam as mais modernas biotecnologias, a empresa busca atender à crescente demanda global por grãos e fibras de maneira sustentável.
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