
Segurança alimentar e incertezas climáticas: o papel do melhoramento genético no futuro do agronegócio
Melhoramento genético é a resposta para promover a segurança alimentar diante do crescimento populacional e de incertezas climáticas.
4 de março de 2025
A segurança alimentar e as incertezas climáticas são desafios constantes para o agronegócio. Diante do crescimento populacional e das mudanças no clima, o melhoramento genético tem se consolidado como a resposta essencial para garantir a produção de alimentos de forma sustentável e eficiente.
O Brasil como potência no agronegócio
O Brasil se destaca como um dos principais fornecedores de alimentos do mundo. Com pouco mais de 200 milhões de habitantes, o país produz comida suficiente para alimentar aproximadamente 900 milhões de pessoas, o que representa cerca de 11% da população global, segundo o BTG Pactual. Essa capacidade produtiva reforça o protagonismo do agronegócio brasileiro no cenário internacional.
O crescimento populacional e a demanda por alimentos
Com a população mundial projetada para atingir quase 10 bilhões de pessoas até 2050, a demanda por alimentos cresce continuamente. Nesse contexto, o desenvolvimento de cultivares mais produtivas, resistentes e adaptáveis se torna indispensável para garantir a segurança alimentar e a sustentabilidade da produção agrícola. Esse avanço impacta diretamente a alimentação humana, a produção de proteína animal e a preservação ambiental.
A importância do melhoramento genético
Atualmente, entre 60% e 80% do milho produzido no Brasil é destinado à alimentação de bovinos, caprinos, aves e outras espécies, cuja carne, leite e ovos são consumidos globalmente. A soja também desempenha papel fundamental na produção de farelo proteico para a indústria de rações.
Para sustentar esse crescimento, o melhoramento genético tem sido uma ferramenta estratégica. No passado, a seleção de variedades mais resistentes ajudou a controlar pragas e doenças, garantindo a sustentabilidade da atividade agrícola. Hoje, a pesquisa avança para desenvolver soluções para novos desafios, como doenças emergentes, pragas adaptadas e as variações climáticas.
Avanços tecnológicos na agricultura brasileira
O Brasil tem liderado os esforços para criar cultivares mais resistentes a pragas, doenças e condições climáticas extremas, como secas prolongadas e excesso de chuvas. O desenvolvimento de variedades de soja e milho tolerantes à umidade excessiva, por exemplo, tem permitido que os agricultores mantenham altos níveis produtivos mesmo em anos de chuvas intensas.
Além disso, cultivares resistentes a pragas reduzem a necessidade de defensivos agrícolas, diminuindo custos e impactos ambientais. A precocidade dos grãos também tem impulsionado a produção, permitindo a ampliação da safra brasileira. Um exemplo notável é a segunda safra de milho, que passou de complemento à produção principal para se consolidar como uma atividade estratégica.
O futuro da inovação no campo
O futuro da agricultura está cada vez mais próximo. Tecnologias como a inteligência artificial aplicada à análise preditiva de dados e o uso de “big data” têm permitido reduzir em mais de 30% o tempo de desenvolvimento de novas variedades.
Investir em pesquisa e desenvolvimento fortalece não apenas a posição do Brasil no mercado global, mas também contribui para a segurança alimentar mundial. Enquanto muitos países buscam soluções para os desafios da fome e das mudanças climáticas, o Brasil demonstra que a resposta está no campo e nos laboratórios de genética.
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