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AlgodãoPlantio de Soja: Estratégia Eficaz para Combater a Mancha-Alvo na Cultura do Algodão
Plantio de Soja: Estratégia Eficaz para Combater a Mancha-Alvo na Cultura do Algodão
Gerando perdas produtivas de até 40%, cotonicultor busca intensificar métodos de manejo integrado para controlar o fungo.
4 de dezembro de 2024
A produção de algodão no Brasil tem crescido significativamente, posicionando o país como o terceiro maior produtor mundial, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). No entanto, os cotonicultores enfrentam desafios, como a crescente incidência da mancha-alvo, uma doença que pode causar perdas de produtividade de até 40%, conforme estudos da Embrapa.
Impacto da Mancha-Alvo no Algodão
Diego Palharini, consultor técnico da Tropical Melhoramento & Genética (TMG), destaca que a mancha-alvo afeta diretamente o rendimento do algodão, pois ataca principalmente as folhas, resultando em desfolha precoce e redução na fotossíntese. “Isso compromete a produção de fotoassimilados, resultando em maçãs menores e de menor qualidade, além de afetar o peso final da fibra”, explica.
Fatores que Agravam a Doença
A sobrevivência do fungo nos restos culturais é um agravante significativo, aumentando sua presença em áreas onde a rotação de culturas não é adequada. “Com o aumento da produtividade e a intensificação dos cultivos, o controle químico da mancha-alvo se tornou menos eficaz ao longo dos anos”, comenta Palharini.
Além disso, as condições climáticas, como temperaturas entre 20°C e 30°C e alta umidade, favorecem o desenvolvimento do fungo, especialmente nas regiões produtoras de algodão do Brasil durante a estação chuvosa. “Esses fatores contribuem para a rápida disseminação da doença, afetando as plantas com mais intensidade, principalmente nos meses de verão”, acrescenta o especialista.
Manejo Integrado: A Chave para o Controle da Mancha-Alvo
O manejo integrado da mancha-alvo envolve diversas técnicas, incluindo a rotação de culturas com espécies não hospedeiras, manejo adequado dos restos culturais e tratamento de sementes com fungicidas. Atualmente, não existem cultivares de algodão e soja com resistência genética total à mancha-alvo, mas algumas cultivares apresentam resistência moderada.
Os produtores devem adotar estratégias alternativas para mitigar a ocorrência da doença. Embora a rotação entre soja e algodão seja benéfica em muitos aspectos, ambas as culturas são hospedeiras do patógeno. No entanto, a escolha de cultivares de soja com resistência moderada à mancha-alvo pode ser uma solução eficaz.
Benefícios do Plantio de Soja com Resistência Moderada
“Ao plantar soja com resistência moderada na mesma área onde o algodão será cultivado na safra seguinte, a presença de inóculo no solo é reduzida, diminuindo a pressão da doença sobre o algodoeiro”, explica Palharini. Essa prática não elimina a doença, mas reduz sua incidência, permitindo que os produtores adotem medidas de controle mais eficazes.
Outra estratégia é utilizar cultivares de algodão que sejam tolerantes a outras doenças. “Cultivares de algodão com tolerância à ramularia, por exemplo, permitem um manejo mais direcionado da mancha-alvo, mantendo a eficácia dos fungicidas”, afirma Palharini.
Investimentos da TMG em Cultivares de Algodão e Soja
A TMG está comprometida em desenvolver e selecionar cultivares de soja e algodão que apresentem bom comportamento contra a mancha-alvo. A combinação dessas cultivares com um manejo integrado, que inclui várias técnicas, continua sendo a melhor estratégia para mitigar as perdas na produção de algodão.