Produtores do Norte e Nordeste devem ficar atentos ao excesso de chuvas para reduzir chances de perdas durante a La Niña
A escolha correta de cultivares resistentes a cisto mantém a população abaixo do nível de dano e oferece boas produtividades em áreas com infestação.
11 de setembro de 2024Maior umidade pode ser positiva, mas agricultores devem ter atenção redobrada com nematoides, doenças fúngicas e excesso de água nos grãos
Com a probabilidade de ocorrência de 69%, de acordo com estimativas do International Research Institute for Climate and Society (IRI), a chegada da La Niña a partir do final de julho deste ano acende um alerta aos agricultores. Nas regiões Norte e Nordeste do Brasil as chuvas devem se intensificar com o fenômeno climático e o manejo das lavouras de diversas culturas exigirá atenção redobrada, tanto durante o cultivo, com a proliferação de doenças fúngicas, quanto na colheita, com maiores chances de impacto na qualidade de sementes e grãos.
Para Frederico Dellano, Consultor de Desenvolvimento de Produtos da TMG – Tropical Melhoramento & Genética, a expectativa de aumento nas precipitações reforça a importância de os agricultores estarem preparados para lidar com as adversidades. “Em culturas como a soja, por exemplo, que ocupa grande parte do nosso território, o agricultor precisa, em primeiro lugar, escolher cultivares desenvolvidas para sua região e para as condições da sua lavoura. Isso porque será necessário avaliar a presença de nematoides, o nível de umidade e compactação do solo e outras questões importantes”, diz.
Segundo ele, o momento demanda atenção aos processos e, nesses casos, é recomendado preparar toda a estrutura da semeadura para, quando o tempo permitir, iniciar o plantio. “Desde a realização da limpeza, regulagem e reparos em máquinas até a disponibilidade de insumos, tudo deve ser acompanhado para otimizar o tempo durante os períodos intensos de chuvas. É necessário se antecipar e ser ágil para aproveitar os intervalos entre as chuvas”, pontua.
O especialista orienta o produtor a evitar também semear em períodos em que o solo esteja exageradamente úmido para minimizar o risco de compactação e degradação da estrutura. “Apesar das chuvas abundantes, há intervalos de tempo de sol suficientes para a semeadura durante o período recomendado”, completa.
Escolha das cultivares deve ser estratégica
De acordo com Dellano, escolher cultivares resistentes às principais doenças fúngicas, como a ferrugem asiática e a mancha-alvo, também é essencial para assegurar que as plantas permaneçam firmes mesmo sob essas condições. “O melhoramento genético contribui muito para isso, pois disponibiliza ao agricultor soluções capazes de manter o alto teto produtivo mesmo em momentos mais delicados, com cultivares resistentes, boa tolerância ou bom comportamento a situações climáticas distintas, pragas e doenças”, reforça.
Apesar de as cultivares plantadas na região Norte e Nordeste serem comumente de ciclos mais tardios, o excesso de chuvas, segundo Dellano, tende a elevar o índice de formação de plantas e com isso, a necessidade de escolher cultivares mais resistentes ao acamamento é outro ponto a ser considerado. “Vale sempre ressaltar que o agricultor precisa escolher cultivares com resistência ou bom comportamento ao acamamento, além de prestar atenção à densidade correta de sementes na hora do plantio”, indica.
Além disso, é fundamental buscar cultivares que apresentem maior tolerância às chuvas durante a colheita. “A chuva nesses períodos pode provocar grandes perdas, não apenas na produtividade, mas também na qualidade dos grãos. Ao absorver mais chuva na maturação fisiológica, podem ocorrer algumas doenças, abertura das vagens e germinação de grãos, por exemplo, gerando prejuízos”, explica Dellano, que acrescenta ainda que em anos de La Niña, os resultados das lavouras do Norte e Nordeste do país costumam ser melhores se comparados aos anos de El Niño, em razão do aumento da umidade. “Entretanto, o cenário não deixa de ser desafiador, principalmente por conta das adversidades climáticas cada vez maiores, portanto, é sempre válido seguir as orientações dos especialistas”, finaliza.
Sobre a TMG
A TMG – Tropical Melhoramento e Genética, empresa brasileira de soluções genéticas para algodão, soja e milho trabalha para entregar inovação ao campo, contribuindo para atender a demanda mundial de grãos e fibras de forma sustentável. Em 2021, completou 20 anos de atuação em todo o Brasil. A matriz da TMG está localizada em Cambé (PR), e tem unidades nos Estados de Mato Grosso, Goiás e Rio Grande do Sul, principais regiões produtoras brasileiras com ensaios e experimentos de campo. Na safra 2020/21, conquistou a liderança do mercado de algodão, segundo a pesquisa BIP®️ Algodão da Spark. A empresa possui parceria comercial e cooperação técnica com as principais companhias multinacionais do segmento.